Confissões de uma mãe imperfeita

Eu acredito que toda mãe quer ser perfeita. É diferente de querer ser perfeita no casamento ou no trabalho. Como gerente de hotéis escutar críticas e resolver problemas faziam parte do meu cotidiano. Eu e meu marido nos criticamos moderada ou intensamente dependendo da época do mês ou do resultado do futebol! Eu sempre dizia no trabalho que as críticas são construtivas, é nossa oportunidade de mudar e recomeçar o que não deu certo e melhorar aquilo que deu- nessa hora eu via os olhos dos funcionários virando e sei que eles queriam me jogar o grampeador na cabeça.

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Tuesday, June 1, 2010

Centro Budista

No Natal passado meu marido me deu uma biografia do Nelson Mandela. Lendo o livro eu fiquei pensando em todas essas pessoas extraordinárias que mudaram o curso da história, tiveram um impacto profundo no mundo e na forma que nós o vemos hoje.
Primeiro eu fiquei triste por perceber que eu não contribuo muito para melhorar a sociedade em geral ou mesmo a comunidade que me cerca. Mas depois eu fiquei inspirada! Decidi que queria fazer uma mudança, mesmo que fosse pequena. Com isso em mentee u comecei a pensar por onde começar e cheguei a conclusão que o melhor lugar é na minha casa, onde eu tenho impacto direto sob aqueles que estão à minha volta todos os dias. Começando por ser mais paciente nos momentos em que meu filho está me deixando de cabelo em pé ou porque está chorando ou irritado e tudo o que eu quero é paz e silêncio. Ser mais paciente com o meu marido quando ele deixa a toalha molhada na cama ou me pergunta onde fica o ralador de queijo pela milésima vez!
Foi então que eu me deparei com um grupo para mães e bebêa em um centro budista, que seguia alguns dos princípios mencionados no livro do Nelson Mandela. A idéia principal era discutir sobre como educar os filhos de forma positiva, um momento para compartilhar experiências e desafios que nós, mães enfrentamos no dia a dia. Como tudo parecia sincronizar com o momento que eu estava passando, resolvi arriscar.
Naquela quinta-feira eu e meu filho Kaio fomos ao centro budista. Emu ma sala grande rodeada de lindos quadros do pôr-do-sol e fotos de Dalai Lama, cinco mães e seus respectivos bebês (todas meninas exceto o Kaio), sentaram em almofadas no chão formadas em um círculo e no centro estavam as crianças com alguns brinquedos. A organizadora do grupo nos ofereceu biscoitos e eu estava na verdade morrendo de fome, mas antes que pudesse dar uma mordida no meu, percebi que meu filho já tinha descoberto que nenhum daqueles brinquedos era tão divertido como a tolaha vermelha e dourada em cima da mesa, onde ficava também um retrato do Dalai Lama. Eu corri mas tudo estava já no chão, consegui apenas salvar Dalai Lama de mergulhar na boca do meu filho. Este foi o começo de duas longas horas!
Eu, sinceramente, não sei como mas eu olhava à minha volta e todos os outros estavam sentadinhos brincando com seus brinquedos no chão, enquanto o Kaio tentava escalar as cortinas, cantando e dançando! Ele tinha completado 10 meses e já estava andando e a dança dele se constituía por dobra os joelhos, mexer as perninhas e impinar o bumbum pra cima, e pra baixo enquanto batia palmas. Eu sempre achei a dança dele engraçadinha, mas ali, entre as mães budistas e os bebês mais silenciosos e bem comportados, eu já não tinha tanta certeza! Eu sentia que até Lama nos observava com desaprovação!
Para piorar a situação nós entramos na discussão do uso de chupetas. Todas as mães ali deixaram bem claro que eram totalmente contra deixar bebês chuparem chupeta, o que, em teoria, eu também sou mas acabei optando por isso invest de deixar o Kaio chupar o dedo. Eu achei que seria mais fácil para ele largar da chupeta do que do dedo quando chegasse a hora. Ainda assim não é perfeito, mas é minha escolha, enfim… eu tinha uma caixa com três chupetas dentro da mala e de alguma forma o Kaio conseguiu pegá-las. Quando nós nos demos conta, três dos outros bebês estavam chupando as chupetas do Kaio! Uma meninha olhou para a mãe e abriu um sorrisão com a chupeta na boca, mas a mãe não achou muita graça.
Nessa hora eu penseipronto, vamos ser expulsos do centro budista". Felizmente isso não aconteceu mas eu posso dizer que nós agitamos o centro! Pouco depois eu, Kaio e as chupetas fomos embora e eu fiquei pensando se seria melhor nunca mais voltar ali ou o oposto – partir para visitas instensas!
Essa experiência me ajudou a perceber que, assim como nós adultos, nossos pequenos tem suas características próprias e o que fiunciona para um bebê pode não funcionar para outro. Estranho ou não eu sinto certo conforto em compartilhar essas, por vezes engraçadas, outras constrangedoras histórias que eu tenho vivido como nova mãe, com outras mães que se identifiquem de alguma forma com elas.

1 comment:

  1. Parabéns pelo blog e pela coragem de ser sempre sincera.

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